Saúde mental: Capacitação e exposição de arte encerram campanha Setembro Amarelo

Com o intuito de trabalhar a prevenção ao suicídio e encerrar a programação da campanha Setembro Amarelo, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) III Castanheira realizou, nesta terça-feira, 30, no auditório da Afya Faculdade de Ciências Médicas, uma capacitação com cerca de 80 agentes comunitários de saúde (ACS), momento em que eles onde puderam ouvir palestras sobre o assunto e entender como funciona a rede de atendimento da saúde mental.

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A programação contou também com a exposição “Entre sombras e cores”, composta por quadros confeccionados sobre a condição da mulher diante dos desafios do adoecimento psíquico, feitos pelas acolhidas do centro.

A gerente da unidade, Katiane Chaves, relata que o objetivo do evento é conectar, escutar, acolher e trazer conhecimento sobre o fluxo de atendimento. “Os profissionais de saúde que tratam dos nossos pacientes precisam também ser ouvidos, ser escutados, se conectarem para que, de fato, consigamos fornecer uma assistência à saúde mental de qualidade, e melhorar essa assistência na área de abrangência de todos os munícipes. Que possamos contribuir com o fazer desses profissionais no dia a dia, uma vez que o ACS é fundamental, alcançando lugares que a média e a alta complexidade não alcançam”, explicita.

O coordenador do departamento de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Janildo Cruz, ressalta que a capacitação é importante para os atendimentos feitos pelos ACS, já que serão precursores do fluxo de atendimento no município.

“Os ACS fazem uma busca ativa, esses atendimentos porta a porta com a população de Marabá. Eles vão ser precursores repassar esse fluxo do município da Rede de Atendimento Psicossocial (RAPS), que vai ter esse cuidado dos moradores que buscam saúde”, destacou.

Depois da abertura, o técnico em enfermagem do Caps, Júlio César, apresentou um levantamento de dados epidemiológicos da saúde mental que serão utilizados para nortear as estratégias de atendimentos.

“Os dados mostram uma realidade nossa do serviço, que possibilita um planejamento da gestão, para criar estratégias para melhorar o serviço e o atendimento ao nosso usuário. O que eu percebi, foi a questão do gênero, que nós temos mais pacientes do sexo feminino do que masculino, praticamente 60,5% de nossos usuários do sexo feminino. Eles servem para isso, para mostrar com quem que nós estamos trabalhando, qual o público, para direcionarmos o trabalho”, expõe o servidor.

A agente comunitária da Unidade Básica de Saúde (UBS) Hiroshi Matsuda, Núbia Cavalcante, atua nessa função há 25 anos e relata que teve novas aprendizagens sobre o Caps.

“Eles estão falando sobre depressão, bem como prevenção ao suicídio. E, com isso, aprendemos que nós podemos pedir ajuda sim, podemos recorrer ao setor público porque, de uma certa forma, o SUS está em todos os bairros. Na minha área, tem pessoas com depressão, que falam muito em suicídio”, pontua Núbia.

A autônoma Juscilene Mendes é uma das acolhidas do centro e autora de algumas obras da exposição. Ela afirma que esse trabalho do CAPS é terapêutico e já a ajudou em muitos momentos difíceis.

“Durante esse tempo que nós estivemos lá, fazendo esse trabalho tão lindo, tão maravilhoso, nós passamos por muitos momentos difíceis. Tivemos crises, tivemos que lidar com muitas situações, mas mesmo assim não desistimos. Nós continuamos. E parece que, quanto mais passávamos por situações difíceis, mais a gente estava lá, lançando toda aquela ansiedade. Hoje, estamos aqui apresentando e estamos nos sentindo maravilhosamente felizes”, informa Juscilene.

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Texto: Fabiana Alves
Fotos: Bruno Eduardo

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