O Congresso Nacional realizou sessão solene para receber, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a agenda legislativa do setor para 2025, a 30ª edição do documento anual. Entre os 14 pontos em destaque estão a segunda parte da regulamentação da reforma tributária (PLP 108/24) e a regulamentação do uso da Inteligência Artificial (PL 2338/23).
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A agenda tem 135 proposições que estão em análise no Congresso, com 90 de interesse geral da indústria e 45 de setores específicos. Dessas, 14 propostas foram destacadas em uma agenda mínima.
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Ricardo Alban, presidente da CNI, disse que o ano de 2025 é “desafiador”, inclusive por conta das decisões de alguns países no sentido de proteger as suas indústrias por meio do aumento de tarifas de importação.
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“Nós temos claramente uma política monetária contracionista, que afeta o setor produtivo de forma crucial, e temos também uma antecipação muito grande de um processo eleitoral. Isso tudo certamente influenciará várias ações dessa Casa, influenciará várias ações do setor produtivo e econômico”, apontou.
Alban informou que diferentes setores econômicos estão construindo um documento, o Pacto Brasil + 25, que tem o objetivo de pensar o país para os próximos 25 anos. Ele disse ainda que o setor industrial quer criar um grupo específico para a discussão de temas ambientais nas Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, começando na COP 30, que será realizada em novembro em Belém (PA).
Compromisso
O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), um dos autores do requerimento para a sessão, disse que o Congresso Nacional está comprometido com a reforma tributária para tornar o sistema mais simplificado e transparente e ressaltou outros pontos da agenda legislativa da indústria.
“A indústria brasileira tem demonstrado reiteradamente o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a transição energética. Tanto é que várias proposições sobre esses temas estiveram nas agendas legislativas em anos anteriores e continuam entre as prioridades do documento que, ora, nós recebemos”, disse.
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) disse que ainda há um grande espaço para reduzir os custos para a Indústria porque produzir no Brasil, segundo ele, é 20% mais caro que em outros países.
Confira os pontos da agenda legislativa mínima apresentada pela CNI:
- Comitê Gestor de IBS e processo administrativo fiscal (PLP 108/24) – cria e estabelece a estrutura do Comitê Gestor do IBS (CG-IBS), entidade responsável pela administração do novo imposto previsto na reforma tributária;
- Licenciamento ambiental ( PL 2159/21 ) – prevê regras gerais sobre o processo de licenciamento ambiental;
- Definição de normas e diretrizes para o uso da Inteligência Artificial (PL 2338/23) – regulamentação com salvaguardas para a garantia dos direitos individuais e coletivos;
- Modernização da Lei do Bem (PL 4944/20) – adequa a legislação para inovação aos novos modelos de negócios e instrumentos de financiamento e permite o aproveitamento de prejuízo fiscal em anos posteriores;
- Modernização do setor elétrico (PL 414/21) – expande o mercado livre de energia elétrica e reestrutura a concessão de subsídios;
- Lei Geral de Concessões (PL 7063/17) – unifica e atualiza as normas sobre concessões, PPPs e fundos de investimento em infraestrutura;
- Instituição do sistema brasileiro de crédito oficial à exportação ( PL 6139/23 ) – acrescenta novas fontes de financiamento às exportações brasileiras, estimulando a internacionalização e a competitividade de bens e serviços nacionais;
- Normas gerais sobre o comércio exterior de mercadorias ( PL 4423/24 ) – moderniza a legislação do comércio exterior de mercadorias, estabelecendo normas gerais que abrangem funções de regulação, fiscalização e controle;
- Desobrigação de contribuição adicional para aposentadoria especial quando houver redução do grau de exposição (PL 1363/21) – esclarece as regras previdenciárias ao definir que, quando medidas de proteção coletiva ou individual forem adotadas para reduzir a exposição do trabalhador, o adicional do Seguro de Acidente do Trabalho não será exigido do empregador; e a aposentadoria especial será ajustada conforme o novo cenário;
- Incentivos à empregabilidade e ao empreendedorismo pelo Programa Bolsa Família (PL 2042/24) – estabelece condicionalidades educativas para adultos beneficiários, como letramento para analfabetos;
- Reforma da tributação sobre a renda corporativa ( PL 2015/19 ) – altera a tributação da renda corporativa, reduzindo a alíquota do IRPJ e tributando a distribuição de lucros e dividendos;
- Instituição da Política Nacional de Economia Circular (PL 1874/22) – promove adequações conceituais e estabelece um conjunto de princípios e objetivos para a política de economia circular;
- Aumento do prazo da licença-paternidade e estabilidade provisória após o término (PL 3935/08) – para o setor, a proposta de ampliar a licença-paternidade pode gerar desafios para micro e pequenas empresas, que representam grande parte dos empregadores no país; e
- Aumento da alíquota da CSLL e do IRRF sobre JCP e revogação do crédito presumido de PIS/Cofins sobre a taxa de selo de controle de cigarros e bebidas (PL 3394/24) – para o setor, as duas medidas representam uma pressão adicional sobre os custos das empresas.