BRASÍLIA – O Ministério das Relações Exteriores do Brasil vai cobrar do governo dos Estados Unidos explicações sobre o tratamento dado a brasileiros deportados. Alguns dos que chegaram em Confins na noite de sábado (26), após parada em Manaus na sexta-feira (24), por problema técnico, relataram humilhações e até agressões físicas por parte dos agentes norte-americanos a bordo do avião.
O Itamaraty se manifestou por meio de sua conta no X, após o chanceler Mauro Vieira se reunir em Manaus com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal (PF) no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional.“Na reunião, foi efetuado relato detalhado sobre os incidentes no aeroporto Eduardo Gomes [em Manaus] envolvendo cidadãos brasileiros transportados em voo de deportação do governo norte-americano. A reunião subsidiará pedido de explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo”, diz o Itamaraty.
Já no sábado, em nota oficial, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou em que o ministro Ricardo Lewandowski disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que havia “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros” deportados pelo governo dos Estados Unidos em um avião de companhia norte-americana que pousou em Manaus na noite de sexta-feira (24).
Autorizados por Lula e Lewandowski, policiais federais entraram no avião norte-americano e determinaram a retenção dela, a imediata retirada das algemas e correntes dos deportados, além da liberação dos brasileiros. Levados para uma área reservada do terminal da capital do Amazonas, os deportados receberam água, comida e atendimento médico. Também puderam tomar banho.
O voo estava previsto para pousar no aeroporto de Confins (MG), na Região metropolitana de Belo Horizonte (MG), às 20h de sexta-feira (24), após uma parada no aeroporto de Manaus para abastecimento da aeronave da companhia norte-americana Global Crossing Airlines. Mas ela apresentou um problema no ar condicionado, o que fez com que alguns passageiros se sentissem mal.
Os norte-americanos queriam esperar outro avião vir dos Estados Unidos para seguir para Confins, mas, ao saber do plano por meio da equipe da PF que trabalhava no terminal aéreo, o diretor-geral da instituição, Andrei Passos Rodrigues, entrou em contato com o ministro Ricardo Lewandowski.
“Na manhã deste sábado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação para o Brasil”, informou o Ministério da Justiça em nota.
Entre os 158 passageiros a bordo, havia 88 brasileiros deportados dos EUA. Eles passaram a madrugada de sexta para sábado em um salão do aeroporto internacional Eduardo Gomes, em Manaus. Puderam descansar em colchões e usar banheiros com chuveiros. Um avião da FAB fez o transporte dessas pessoas para Confins. Na aeronave seguiram também profissionais de saúde para acompanhamento dos deportados.
Fonte: O Tempo
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